domingo, 26 de dezembro de 2010

Palestra sobre a Gratidão aos Antepassados realizado na 52ª Festividade do Santuário Hoozo do Brasil, em 13 de abril de 2.008 - Parte 1


Bom dia a todos!
Muito Obrigado!!

Introdução

      Realmente estou muito feliz em estar aqui com todos os senhores, senhoras, jovens, juvenis e crianças...
      Hoje é um dia muito especial para todos nós, pois estamos homenageando através desta sincera oração, todos nossos antepassados desde eras remotas. Além disso, temos a oportunidade também de orarmos às almas de todos nossos demais familiares, amigos, conhecidos, pessoas ilustres...
      Muito obrigado a todos pelo esforço, amor e dedicação abnegada. Imagino a alegria que os pioneiros da Seicho-No-Ie estão sentindo neste momento, em que mais de 20.000 pessoas se fazem presentes vindos de todas as partes do Brasil e de inúmeros outros países, da América Latina e da América do Norte.
      Este Templo Hoozo foi idealizado e construído para que “sob a proteção de Deus, orar aos antepassados dos adeptos e atrair a colaboração de espíritos evoluídos para o Movimento de Iluminação da Humanidade”. Assim em 1º de outubro de 1956 chegou a permissão da Sede Internacional do Japão para a sua construção com estes dizeres:

      Congratulamo-nos com o desejo de construção do Templo Hoozo na Academia brasileira. Autorizamo-la para acolher a alma dos adeptos do Brasil. Todo cerimonial deve ser efetuado sob a responsabilidade da SEICHO-NO-IE DO BRASIL.
      Então há 52 anos é realizada esta festa espiritual em que os grandes homenageados são as almas de nossos antepassados, familiares, amigos, conhecidos... E há 24 anos tomados pelo mais puro e nobre sentimento de amor e compaixão as milhões de almas abortadas e abandonadas, realizamos a Cerimônia no Monumento dos Anjinhos Anônimos.
      Daqui a pouco participaremos da maior festa espiritual em todo planeta Terra de que temos conhecimento. Mais de dois milhões e meio de registros espirituais foram evocados desde ontem, mas a quantidade de almas presentes aqui agora é incalculável...
      Sejam todos bem vindos filhos de Deus encarnados e os filhos de Deus despojados de corpo carnal!!!

A morte não existe

      Bem, a partir deste momento vou falar um pouco a respeito do sentimento que deve nos nortear neste dia especial:
      No livro O Amor Tudo Cura, pp. 157 e 158 de autoria do prof. Seicho Taniguchi, nosso Supremo Presidente, ele nos explica que a verdadeira Vida do homem não morre de verdade, é tão bela a maneira como ele explica isso que peço permissão a todos para ler um trecho:

      Existem muitas tristezas na vida, mas a maior delas é perder entes queridos. O fato de uma pessoa que sempre esteve ao nosso redor, sorrindo afetuosamente e compartilhando alegrias e sofrimentos, de repente, partir para um mundo onde não temos acesso causa-nos enorme tristeza, como se perdêssemos todo o conteúdo da nossa alma.
      Todavia, grande número de pessoas acaba experimentando, um pouco mais ou um pouco menos, essa tristeza. Ninguém consegue sobreviver ao longo da vida sem se separar de alguma pessoa querida. Por que ocorre isso? Teria Deus criado um destino para que o homem experimentasse essa tristeza? É claro que não. Deus não criou uma só tristeza, não criou essa coisa diabólica e cruel chamada “morte”.
      O corpo carnal do homem deve sempre morrer, para retornar ao elemento primitivo do Universo. Tal como a cigarra que abandona o invólucro para crescer, chegará sempre a hora em que o homem também deve rasgar e abandonar o seu invólucro carnal, para que a sua alma possa crescer. Uns mais cedo, outros mais tarde, deveremos abandonar o nosso corpo carnal, e também passarmos pela experiência de ter de enterrar o invólucro inútil de algum ente querido.
      O homem não morre de verdade. A verdadeira Vida do homem é imortal e, por isso, aqueles que se amam irão se reencontrar um dia, infalivelmente. A separação de dez ou mais anos que ocorre é apenas aparência, sendo que é nesse período que nossa alma se purifica. As pessoas não repetirão nunca mais o erro de não terem conseguido amar completamente a pessoa querida, e o amor que antes era imaturo e egocêntrico evolui e se eleva, tornando-se um amor nobre e dedicado.
      O homem não morre de verdade. A verdadeira Vida do homem é imortal e, por isso, aqueles que se amam irão se reencontrar um dia, infalivelmente. A separação de dez ou mais anos que ocorre é apenas aparência, sendo que é nesse período que nossa alma se purifica. As pessoas não repetirão nunca mais o erro de não terem conseguido amar completamente a pessoa querida, e o amor que antes era imaturo e egocêntrico evolui e se eleva, tornando-se um amor nobre e dedicado.
      A morte leva inesperadamente as pessoas amadas, deixando boas lembranças e a saudade. Porém, o verdadeiro Eu jamais morre, e por isso, podemos nos reencontrar em outras oportunidades. Ou melhor, na verdade, agora, neste momento, as almas já se encontraram. É por esse motivo que, mesmo deparando com a morte da pessoa amada, no fundo do coração podemos sentir a alegria de estar ‘sempre junto à pessoa amada’. (Continua...)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Jovem e a Religião – parte final

 – Filhos que amam os pais   Que extraordinária é a vida! Que grande benção foi termos nascidos neste mundo! O homem verdadeiro não é corpo carnal e sim espírito. Nascer na Terra, é um grande privilégio e oportunidade singular do nosso espírito crescer e se desenvolver.
   Quando passamos a estudar os ensinamentos da Seicho-No-Ie compreendemos que a vida verdadeira não surge quando aqui nascemos, nem desaparece quando este corpo carnal morre. O corpo carnal é como uma vestimenta que o espírito imortal (vida verdadeira) utiliza quando na Terra se manifesta. Isto é semelhante a roupa de astronauta que o homem utiliza quando sai da atmosfera terrestre.
   Aprendemos também que este homem verdadeiro já é perfeito desde o início, não sendo necessário acrescentar absolutamente nada. Porém, por ainda não dominar plenamente esta consciência máxima, necessitamos experienciar o “nascer” e o “morrer” inúmeras vezes, quando vamos aos poucos nos libertando da ideia do ser material, alcançando o despertar da nossa natureza divina.
   Não nascemos aqui apenas porque queremos, mas também por uma necessidade do completar de um ciclo da vida. Quanto maior o despertar da consciência espiritual, mais fácil se torna este processo. Porém, quanto menor o grau desta consciência, mais penoso se torna o caminho a ser seguido. No entanto, todos, sem exceção, estamos no caminho do evoluir infinito.
   Não fosse pelos nossos pais, não teríamos nascidos e, por consequência, ainda estaríamos esperando uma oportunidade de matricularmo-nos na Grande Universidade chamada Terra. Esta oportunidade pode ser agarrada consciente ou inconscientemente, mas sempre através do princípio da lei de causa e efeito, ou seja, os semelhantes se atraem.
   Se o espírito da pessoa for pouco esclarecido, neste caso há uma espécie de “interferência” de espíritos mais evoluídos, normalmente antepassados da pessoa, que faz com que o seu nascimento na Terra se dê em uma família condizente com a sua necessidade de aprendizagem (da pessoa e também da própria família escolhida). Desta forma, podemos concluir que não há outro jeito de sermos realmente felizes e bem sucedidos nesta vida, a não ser através da convivência regrada pelo amor e gratidão à família a que hoje pertencemos.
   Todas as pessoas, sem dúvida alguma, amam seus pais. Até mesmo aquela mais revoltada e rebelde. A maior prova disso pode ser obtida observando o comportamento das crianças. A criança pequena não enxerga defeitos em seus pais, pois ela os vê sob a ótica da Imagem Verdadeira. Não vemos criança reclamando dos pais, ou exigindo ser amada, isso porque ela ainda não aprendeu a “comparar”. Então, ela simplesmente ama seus pais.
   Quando afirmo que “ela ainda não aprendeu a comparar”, quero dizer que boa parte dos nossos sofrimentos começa quando fazemos comparação. Quando comparamos nossos pais a outros pais, ou quando comparamos o que recebemos deles com o que nossos irmãos também receberam. Ou ainda comparamos nossa família à outra família, criamos a partir daí, inúmeros questionamentos que só fazem aumentar nossa angústia e descontentamento com relação à vida.
   Se, ao invés de comparar e reclamar, agradecêssemos pelo fato de termos nascido, ainda que depois fôssemos entregues à adoção, não haveria porque duvidar do amor de nossos pais. Cada qual dá o máximo que lhe é possível. Se não dá mais é porque não sabem como fazê-lo.
   Quando converso com um filho que tem algum problema com seus pais, seja mágoa, tristeza, rancor ou mesmo ódio (desde pré-adolescente até um idoso), invariavelmente no decorrer da conversa peço para que, dentro daquilo que se é possível, se coloque no lugar deles em toda experiência que possivelmente viveram e questiono se o filho conseguiria fazer diferente ou melhor do que fizeram seus pais; chega a ser emocionante a resposta que dão. Normalmente entre lágrima dizem que NÃO!
   Certa ocasião li um livro em que o autor dizia mais ou menos o seguinte: “Talvez o que marque a idade adulta seja quando a pessoa tem coragem de olhar para seus pais e dizer: eu lhes aceito do jeito que vocês são”. É muito provável que seus pais não sejam como você gostaria que eles fossem, mas não duvidem que eles são  exatamente como você precisava que eles fossem.
   Em setembro deste ano tive a oportunidade de orientar o Seminário da Luz na Regional PR-CURITIBA ao lado do professor Sinji Takahashi. Na ocasião, relatei que depois que me reconciliei com meu pai e nos tornamos amigos e confidentes quis saber dele por que ele bebia tanto. Ao que ele me respondeu, explicando sua profunda tristeza e decepção, que era porque não conseguia dar a nós, seus filhos, tudo aquilo que gostaria e que havia prometido a si mesmo ao decidir que seria diferente do pai dele quando ele também fosse pai. Expliquei-lhes que naquela ocasião meu despertar foi de que meu pai bebia porque nos amava muito e, então, minha mágoa e dor se transformaram em gratidão.
Pois bem, quando do término do Seminário, despedíamos dos participantes na saída do auditório, uma senhora de 71 anos me abraçou chorando e afirmou que naquele dia ela havia perdoado o pai dela que também bebia e havia morrido ainda moço. Contou-me que ela não conseguia entender por que seu pai bebia tanto, mas que ao ouvir minha história, havia compreendido o sentimento do seu pai e que agora estava feliz e aliviada.
   Nesta minha caminhada no viver Seicho-No-Ie, aprendi algo libertador e que gostaria de dividir com os amigos leitores da Mundo Ideal. Na verdade é bem simples: “Quando eu mudo, tudo ao meu redor muda também”. Ao tomar conhecimento desta lei, me esforcei sinceramente em usá-la a meu favor.     Praticando a meditação Shinsokan, fazendo reflexões e orações para perdoar, estudando com seriedade o ensinamento, fui aos poucos mudando meus conceitos e um novo mundo se descortinou em minha vida.
   Ao aprender a amar aos meus pais como eles eram, minha relação com eles mudou por completo. Assim como as minhas atitudes e naturalmente a deles também. Graças a isso tive a oportunidade de ter como meu melhor amigo, meu pai, a quem por boa parte da minha convivência com ele só tivemos desentendimento, e isso antes que ele retornasse ao mundo espiritual.
   Hoje, minha relação com minha mãe é simplesmente fantástica. Ela é minha amiga. A flor da minha vida. Esforço-me em viver de tal forma que tanto, ela quanto meu pai, sintam-se felizes com o filho primogênito deles. Por consequência, naturalmente levo uma vida alegre, feliz e cheia de realizações. Reconheço que se tenho uma vida familiar bem estruturada ao lado da minha esposa e filhos, devo isso à base que recebi de meus pais.

O Jovem e a Religião – parte 4

   Acompanhando os noticiários em geral, seja pela TV, jornais, revistas ou sites,  sempre que se fala sobre o comportamento de jovens, na maioria das vezes só se mostra o lado negativo. Podemos citar vários exemplos, como duas reportagens sobre as drogas que no último final de semana de agosto de 2010 duas grandes emissoras de TV levaram ao ar quase que simultaneamente. Uma tratava sobre a “epidemia do craque” que vem destruindo a vida de adultos, jovens, adolescentes e crianças, e a outra sobre o uso de cocaína por jovens e adolescentes numa cidade do interior de São Paulo.
   De fato, este assunto é gravíssimo e penso que todas as pessoas de bem devem debater exaustivamente e agir com determinação no sentido de resolver o problema em sua raiz, que em minha opinião passa pelo resgate de alguns valores morais e cívicos que em minha época de criança se aprendia em casa, com os pais. Mais uma vez insisto que a solução deste tipo de problema, assim como vários outros que envolvem a juventude brasileira deve vir como resultado de uma profunda reflexão que a sociedade em geral deve se submeter.
   FAMÍLIA, aqui está a base para a solução destes desafios do século XXI. Uma família estruturada, com princípios morais e cívicos ensinadas pelo exemplo dos pais, uma base espiritual sólida pautada na tolerância e respeito ao direito e liberdade de expressão religiosa podem ser um bom começo.
   Acredito que este tipo de lar está prosperando e ampliando cada vez mais. No entanto, como a maioria das reportagens envolvendo os jovens dá conta de uma realidade bem contrária, há pelo menos dois tipos de notícias que enfoca o lado negativo e outra que fala do lado positivo.
   Quando o primeiro tipo de notícia prevalece, nasce no ceio da sociedade, ainda que inconscientemente, a sensação de que tudo parece estar perdido, que as coisas andam de ponta cabeça e que se aproxima o caos total. Com esta sensação pavorosa as pessoas vão se isolando cada vez mais dentro de si mesmas e, como consequência, vão aparecendo os sintomas das doenças modernas como depressão, angústia, síndrome do pânico etc.
   Portanto, é mais que necessário saber diferenciar claramente as coisas do mundo fenomênico das coisas reais, que existem de fato, o Mundo da Imagem Verdadeira. Com isso, não estou dizendo que não existem problemas como os citados acima, o que estou afirmando é que existe também o outro lado da moeda.
   Basta olharmos com mais atenção ao nosso redor e perceberemos um movimento extraordinário acontecendo através de milhares de pessoas, em sua maioria, voluntários que atuam através de entidades religiosas, filantrópicas, sociais, ONGs etc. levando amor, carinho, atenção e apoio material àqueles que carecem deste tipo de afetividade.
   São incontáveis os casos de recuperação de jovens que eram dependentes químicos, que eram ligados ao crime organizado, que estavam entregues a promiscuidade. Então, por que os canais de informações transmitem muito mais as informações negativas? Por que não dão o mesmo tratamento ou dispensam a mesma quantidade de horas com este tipo de reportagem citado por último?
   A resposta é simples. Porque a maioria das pessoas desconhece o poder que as palavras possuem e são mais seduzidas por matérias negativas do que por matérias positivas. Em outras palavras, a notícias negativas dão mais audiência. Daí a importância de divulgarmos mais o pensamento iluminador da Seicho-No-Ie.
   Em seu livro O Princípio do Relógio de Sol o prof. Masanobu Taniguchi diz algo muito interessante sobre este assunto:
   “Onde há carência de notícias e informações sobre o lado bom do ser humano e da vida, não é possível proporcionar esperança e alegria à geração futura. A base da educação está no amor, na confiança e na alegria, mas, se o ambiente em que vivem as crianças está envolto por ódio, suspeitas e trevas, reformas educacionais tornam-se sonhos impraticáveis. Estas devem ser iniciadas pela geração dos pais, pessoas mais próximas das crianças, reconhecendo e louvando aquilo que é verdadeiro, o bem, o belo. É impossível a criança sentir alegria se os pais não conseguem encontrar alegria na vida.”
Vale a pena ler o livro O Princípio do Relógio de Sol na íntegra, já sobre o assunto envolvendo as drogas recomendo-lhes estudarem o livro A Verdade da Vida, vol. 16, diálogos sobre a Vida (II) do mestre Masaharu Taniguchi, nele há um capitulo inteiro falando sobre bebida – fumo – libertinagem.
   Muitas vezes sou indagado por juvenis, jovens e adultos de como devem agir, ou qual deve ser a postura mental diante dos problemas que enfrentam no dia a dia. A resposta é sempre bem simples: praticar a meditação Shinsokan. Neste caso, na maioria das vezes sinto que esta reposta provoca certa decepção e alguns chegam a questionar “Só isso?”. A causa desta reação está muitas vezes relacionada com o pouco conhecimento que a pessoa tem acerca do que vem a ser a real prática da Meditação Shinsokan.
   As três práticas fundamentais dos que praticam a Seicho-No-Ie são: Meditação Shinsokan, Leitura de Sutras Sagradas e Livros Sagrados e a prática da caridade, ou de amor ao próximo. A primeira delas é justamente a Meditação Shinsokan, isto porque é através dela que alcançamos a real consciência de que estamos unidos a Deus.
   Através desta prática somos capazes de sentir a nossa vida individual ligada diretamente a Vida Universal – Deus. Quando praticamos a Meditação Shinsokan somos conduzidos inevitavelmente a uma emoção de caráter mais profundo, numa emoção quase que incontrolável de união com Deus. Emoção esta que vem decorrente da alegria de não só entendermos, mas de sentirmos realmente que sempre estivemos, que estamos e que sempre estaremos ligados ao Pai.
   Penso que é exatamente esta emoção que Jesus Cristo nos transmite quando afirma: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mateus, 11: 27), ou “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João, 6: 38).
   Eu, particularmente, desde que aprendi e comecei a praticar a Meditação Shinsokan venho experimentando inúmeras bênçãos em minha vida, muitas delas já compartilhadas aqui neste BLOG. Mas, sem dúvida alguma, acredito que a maior emoção foi descobrir e sentir do fundo do coração que Deus é meu Pai e meu melhor Amigo. Desde então, nunca mais me senti só ou desamparado e qualquer que sejam os problemas que surjam tenho sempre ânimo para resolvê-los.
   O mestre Masaharu Taniguchi em seu livro Explicações Detalhadas sobre a Meditação Shinsokan nos ensina a importância, a postura corporal e mental correta para a prática, esclarece inúmeras dúvidas e apresenta variações da Meditação Shinsokan básica.
   Dentre estas variações existe a Meditação Shinsokan de Reconciliação, onde o Mestre nos ensina que enquanto sentirmos ódio, mágoa ou rancor contra alguém, por mais que oremos e mentalizemos muitas vezes não temos a oração atendida. Isto acontece porque quando não perdoamos ao outro e a nós mesmos não sintonizamos com o Amor de Deus.
   Gostaria de convidar-lhes a praticar diariamente a Meditação Shinsokan e se por ventura sentir que tenham alguma magoa contra alguém ou que ainda não tenha conseguido perdoar a si mesmo que iniciem ainda hoje a prática da Meditação Shinsokan de Reconciliação.

Muito obrigado!

O Jovem e a Religião – parte 3

   Quando escrevi o primeiro artigo “O jovem e a religião” não imaginava que se abriria aí uma oportunidade singular de reflexão acerca desta instituição tão importante e indispensável para o desenvolvimento correto de uma sociedade: a Família.No mês passado discorremos um pouco sobre qual o papel dos pais na educação e formação dos filhos neste século XXI. Sabemos que os desafios vão muito além das questões ali levantadas, mas não há duvida alguma que aqueles pontos também são fundamentais.
    Bem, de acordo com o combinado neste mês estudaremos um pouco sobre o tema: Perdão que constrói. Amor que une. Será que alguma vez na vida, você amigo leitor, amiga leitora já não passou por alguma situação em que tendo sido ferido(a) diretamente na alma, sentiu o seu mundo se desmoronar e uma dor terrível – impossível de ser expressada em palavras – fez você achar que nunca, que jamais seria capaz de perdoar tal pessoa? Ou que não tenha sentido na pele que às vezes a vida nos parece injusta demais, onde alguns poucos têm muito e muitos têm pouco?
   A maioria de nós já viveu esta experiência pelo menos uma vez na vida. Por que será que é tão difícil perdoar? Porque a pessoa em questão não é qualquer uma, trata-se de alguém muito importante para nós, pois só nos magoamos ou odiamos, quando nos decepcionamos profundamente com este alguém. O prof. Kamino Kussumoto nos fala em seu livro Buscando o Amor dos Pais, que ninguém odeia a mulher do vizinho que o trai, mas se sua própria mulher te trai você acaba odiando-a. Isso ocorre porque você a ama e ela é muito importante na sua vida.
   No mesmo livro aprendemos também que o ódio é o lado oposto da mesma moeda, onde de um lado se tem o amor e do outro o ódio. Quanto maior o ódio, maior é o amor que sentimos por esta pessoa.
   Algo parecido ocorre também nas demais relações humanas, como pais e filhos, cônjuges, entre irmãos, amigos, etc. Quando amamos alguém há certa tendência em esperarmos muito desta pessoa, muitas vezes sem que percebamos, acabamos exigindo dela uma perfeição idealizada. Por isso, quando esta comete alguma falha nos decepcionamos, nos sentimos “traídos” como vítimas de uma tremenda injustiça.
   Outro aspecto a ser considerado é o fato que para se perdoar alguém, necessariamente teremos que “abrir” mão de nosso “direito” e de nossa “razão”. Quando analisamos “certos” acontecimentos na vida, de fato há situações em que a pessoa realmente tem razão e até mesmo o direito de guardar profunda mágoa, inclusive ódio. Mas naturalmente, se analisamos nossa vida apenas no aspecto físico, onde é possível precisar a data de nosso nascimento aqui na Terra.
   Porém, a vida verdadeira, a vida que existe de fato, não é esta física. A vida verdadeira existia antes de nascermos e continuará existindo mesmo depois que nós morrermos. Para se perdoar é preciso subir mais um degrau e olhar para esta vida com uma visão mais ampla possível. Aí enxergaremos a Vida, a vida enquanto espírito imortal. Quando assim agimos, compreendemos que não nascemos apenas uma vez e que tudo no universo é regido pela lei de causa e efeito. Em outras palavras, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
   Quando analisamos de forma mais profunda, quando reflexionamos, quando meditamos acabamos concluindo inevitavelmente que não existe injustiça na extensão infinita da vida. Que o que estamos passando neste momento é na realidade reação das nossas próprias ações em um passado, às vezes, remoto. É por isso, que na oração para perdoar da Seicho-No-Ie oramos assim: “Eu o (a) perdoei e você me perdoou; eu e você somos um só perante Deus. Eu o (a) amo e você me ama também; eu e você somos um só perante Deus. Eu lhe agradeço e você me agradece; Obrigado... Obrigado... Obrigado...”
   Ainda na mesma oração encontramos: “Já perdoei a todas as pessoas e acolho a todas elas com o Amor de Deus. Da mesma forma, Deus me perdoa os erros e me acolhe com Seu imenso amor”. Não lembramos, com raras exceções, o que aconteceu em outra existência, mas podemos concluir intuitivamente e até racionalmente que nada neste mundo ocorre como obras do acaso.
   Assim, começamos a entender gradativamente que tudo nesta vida exprime sempre a misericórdia infinita de Deus. Que não há ninguém que se perca eternamente na escuridão. Que tudo o que fazemos é computado na nossa consciência, esse extraordinário agente de registro. Ela (a consciência), em toda a sua amplitude, ainda se manifesta sem que sejamos capazes de compreendê-la por inteiro e também que tudo aquilo que pensamos, falamos e fazemos fica registrado na mente cósmica e nas profundezas de nosso subconsciente e um dia deverá vir à tona. Por isso, é muito sério o que pensamos, falamos e fazemos. Mas, o mais importante é sentirmos que Deus não esquece ninguém, na Sua bondade sobremaneira infinita.
   Em certa ocasião ouvi uma expressão que me emocionou muito: “O pecado é espada que quebra no escudo chamado perdão”. Lindo isso, vocês não acham?! Que profundo este pensamento. De fato, o perdão é uma dádiva divina que liberta o próximo, mas que também liberta a nós próprios. Aprendemos com o querido mestre Masaharu Taniguchi que é pecado é o encobrimento da Imagem Verdadeira e com Jesus Cristo que a Verdade nos tornará livre. Portanto, perdoar significa nos libertar de tudo aquilo que é indesejável, de toda dor, do sofrimento, da angústia, da solidão, do medo, da pobreza, da doença, etc.
   E como sabemos se já perdoamos alguém?  Quando nos lembramos desta pessoa e não mais sentimos dor ou desprezo, mas uma sensação de alegria e gratidão, pois finalmente compreendemos que no mundo da Imagem Verdadeira não existe aquele que fere, ofende ou trai, nem existe quem seja ferido, ofendido ou traído. E que esta vida atual é uma representação daquilo que viemos plantando a cada nova oportunidade que temos de aqui nascermos, seja no bem ou no mal, utilizando nosso livre arbítrio.
   No final das contas, haveremos de concluir que aquela pessoa que nos parecia um malfeitor era na verdade “Cristo disfarçado”, umas das inúmeras manifestações de Kanzeon Bosatsu, a divindade da misericórdia na tradição budista, cuja finalidade era nos levar ao despertar espiritual e fazer manifestar em nossa através do perdão o Amor em sua manifestação mais sublime.
   Ah! Não poderia concluir este nosso estudo, esta nossa reflexão deste mês sem afirmar que qualquer um pode alcançar este estado espiritual, pois se até eu o alcancei e procuro vive-lo a cada dia, aprendendo com as novas experiências cotidianas, imagina você Amigo Leitor? Então, pare de se lamentar e de se ver como pobre vitima e tome a iniciativa de se tornar neste instante o protagonista da sua própria vida, transformando-a através do perdão, pois o Perdão constrói e o amor une.
Muito obrigado!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O jovem e a Religião – parte 2

   Durante a campanha de divulgação da 55ª Convenção Nacional da Associação dos Jovens da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, entre os meses de maio e início de julho deste ano, tive a oportunidade de orientar vários Seminários Regionais da Família, com o tema: “Pais que amam os filhos, filhos que amam os pais”, cuja carga horária ultrapassou as sete horas – Esta foi uma iniciativa da AJSI DO BRASIL, aceita por todas as 50 Regionais que receberam a proposta de sediá-lo e graças ao apoio de todas as demais organizações foi um verdadeiro sucesso, alcançando mais de 4.500 pessoas das mais variadas faixas-etárias – Neles vivenciei várias experiências enriquecedoras para minha vida, enquanto religioso e pai de família, e gostaria de dividi-las com os Amigos e Amigas leitores.
   Na primeira palestra abordamos o tema “Pais que amam os filhos” e na última “Filhos que amam os pais”, intercaladas de uma palestra sobre o “Perdão que constrói. Amor que une” e a prática da Meditação Shinsokan de Reconciliação. Um Seminário forte, marcado pela emoção, reflexão, reconciliação e principalmente pela mudança para melhor do ambiente familiar, conforme relatos obtidos posteriormente.
   Então vamos combinar o seguinte, neste mês vou falar um pouco sobre o primeiro tema, ou seja, Pais que amam os filhos e nos meses seguintes sobre os demais temas. Não há nada mais sagrado que a relação existente entre pais e filhos. Lendo o livro Para Realizar o Amor e a Oração, de autoria do prof. Seicho Taniguchi aprendemos que Quando Deus, que não possui forma concreta, surge materialmente em nosso ambiente, é representado por nossos pais; portanto, estes simbolizam Deus no relacionamento existente entre Deus-Pai e o homem.
   Os pais realmente amam muito os seus filhos e por isso se preocupam realmente com o bem estar e a segurança deles. Porém, a maioria se sente perdida quando do exercício de seu principal papel que é a criação e a educação através do amor. O amor verdadeiro deve assumir diferentes feições conforme a situação, dentro da adequação: Pessoa, tempo e lugar.
   Sinto que hoje um dos grandes dilemas dos pais está entre o impor limites e parecer repressor, ultrapassado, careta etc. (era assim que a maioria de nós via nossos pais), ou dar liberdade para fazerem o que julgam ser o melhor e parecer displicente, indiferente. Em outras palavras, devemos ser pais ou amigos? Digo isso, pois uma das principais características em sermos pais está em definir o que pode e que não pode ser feito, ou em outras palavras, os pais são aqueles que quando necessário agem firmes e dizem NÃO, mesmo que isso venha chatear os filhos.
   No entanto, entre um caminho e o outro existe o caminho do meio (normalmente o caminho do meio é sempre a melhor opção). Quero dizer que podemos ser pais e ao mesmo tempo amigos, mas quando tivermos que optar por um dos dois caminhos, para o próprio bem deles não hesitemos, sejamos PAIS.
   Os filhos instintivamente sempre buscam em seus pais um parâmetro para o que podem e o que não podem fazer, ou seja, mesmo que fiquem chateados, ou até mesmo bravos com seus pais, no fundo eles sentem-se felizes quando lhes são colocados limites. Claro que isso deve ser feito sempre tendo em mente que por serem filhos de Deus já é intrínseco as qualidades maravilhosas do Pai maior.
   Assim, nosso papel enquanto pais, não é outra coisa senão, sermos os orientadores, os instrutores que vão fazendo exteriorizar as qualidades do filho de Deus que lhes são inerentes. Tal qual o instrutor da auto escola que faz a pessoa exteriorizar a capacidade de conduzir um automóvel, um caminhão que pesa mais centenas, milhares de vezes o seu próprio peso, cabe aos pais fazerem seus filhos exteriorizarem suas capacidades de conduzir suas próprias vidas na direção correta, de princípios espirituais corretos, de caráter nobre e ético, respeito a individualidade do próximo e espírito de solidariedade.
   Acredito realmente que se o pais agirem com este tipo de sentimento não precisam ficar preocupados em dizer Não aos seus filhos quando sentirem que devem dizer Não, mesmo que pai e mãe trabalhem fora e por conta disso acabam tendo pouco tempo para ficar com eles, pois mais importante do a quantidade de horas que ficamos ao lado deles, é a qualidade e o significado que damos a este momento em que passamos juntos de nossa família é que irá fazer a diferença em suas vidas.
   Por isso, acredito que é muito importante os pais introduzirem, desde cedo – quanto antes melhor – seus filhos no princípio da religiosidade, ainda mais importante que a própria religião, pois pessoas que possuem espírito de religiosidade sabem respeitar todas as religiões, ainda que diferente da sua própria.
   Gostaria de continuar explanando mais sobre este tema, no entanto, o espaço físico desta coluna mais que já foi ultrapassado, então deixo no final deste artigo algumas sugestões de leitura e estudo. Por fim compartilho com todos esta mensagem de reflexão para toda a família Seicho-No-Ie, que recebi por e-mail de um amigo através de uma apresentação em Power Point.

O pedido de uma criança a seus pais

Não tenham medo de serem firmes comigo.
Prefiro assim.
Isto faz com que eu me sinta mais seguro.

Não deixem que eu adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado.

Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que peço.
Só estou experimentando vocês.

Não me apresentem um Deus carrancudo e vingativo.
Isso me afastaria dEle.

Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis.
Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro em vocês.

Não digam que não conseguem me controlar.
Eu me julgarei mais forte que vocês.

Não vivam me apontando os defeitos das pessoas que me cercam.
Isso irá criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espírito de intolerância.

Não tenham vergonha de dizer que me amam.
Eu necessito desse carinho e amor para poder transmiti-lo à vocês e aos outros.

Não desistam jamais de me ensinarem o bem, mesmo quando eu parecer não estar aprendendo.
Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão em mim, o fruto daquilo que plantaram.

Muito obrigado!

domingo, 1 de agosto de 2010

O jovem e a Religião - 1ª Parte

Queridos Amigos,

Reverências, Muito Obrigado!

   Devido a correria gostosa de preparação e divulgação da 55ª Convenção Nacional da AJSI DO BRASIL, realizada com pleno sucesso no último dia 25 de julho, no Ginásio do Ibirapuera, com mais de 8.500 participantes, não consegui postar novas reflexões.
   Mas, estou de volta! Gostaria de compartilhar com todos os últimos artigos que escrevi para a Revista Mundo Ideal... Ficarei ainda mais feliz se receber os seus comentários...

Abraço,

Carlos Alberto da Silva

segunda-feira, 26 de abril de 2010

É preciso compreender que só existe o Bem.

A Seicho-No-Ie nos ensina que tudo aquilo que mantemos na mente mais cedo ou mais tarde acaba se concretizando, sejam coisas positivas, sejam coisas negativas. Por isso, aprendemos que devemos sempre manter os pensamentos positivos e iluminados. Mesmo quando parece estar acontecendo coisas negativas, se olharmos atentamente com os olhos espirituais enxergaremos as mãos misericordiosas de Deus estendidas para nós.


Na verdade, todos os seres vivos existem para expressar a beleza e a glória de Deus Pai. Não existe ninguém que tenha nascido para sofrer. Se parece existir sofrimento é porque a lente da mente de quem sofre ou de quem enxerga o sofrimento está embaçada, distorcida pela ilusão ou o pecado, que é o encobrimento da Imagem Verdadeira.

Não importam quão turvas sejam as nuvens que cobrem o céu, não importam quão assustadores parecem a tempestade, os ventos, os raios e os trovões... Acima delas o céu continua lindo, azul e sereno e o sol brilha intensamente. Assim, é a vida do ser humano. Mesmo quando tudo parece perdido, sem esperança se tivermos consciência da existência única de Deus e da Verdade de que existe apenas aquilo que Ele criou, ou seja, o Bem, o Belo tudo se iluminará e um novo mundo se descortinará a nossa frente.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mentalização para captar a admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia

Neste momento, contemplo este mundo em que vivo como sendo manifestação da admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia. As estrelas que cintilam no céu são os olhos da Deusa da Misericórdia, que zela por mim. O vento que sussurra entre as copas das árvores, o murmúrio das águas dos riachos, esses e outros sons da Natureza sao palavras que a Deusa da Misericórdia usa para se comunicar comigo. Todas as forças da Natureza manifestam-se para me vivificar. O mundo em que vivo nao é um mundo desconhecido para mim. Eu compreendo este mundo, e ele me compreende. Por isso, nada tenho a temer. Neste momento, abasteço-me na fonte da força imanente do Universo, e sigo por caminhos tranquilos, orientado pelo amor e pela sabedoria do próprio Universo. Na Sutra Kannon está assim escrito: "Mesmo quando fores cercado por malfeitores prestes a te atacar brandindo as espadas, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, brotará misericórdia no coração deles; mesmo que alguém tente envenenar-te, se mentalizares os poderes da Deusa da Misericórdia, o veneno se voltará contra essa pessoa; mesmo que sejas acuado por uma fera e te vires na iminência de ser atacado por suas terríveis garras, se mentalizares os poderes os poderes da Deusa da Misericórdia, a fera se afastará e rapidamente tomará outro rumo". Deusa da Misericórdia é a sabedoria que purifica o Universo, e é a grande Misericórdia que protege todas as coisas do Universo. Como sigo ao lado dela, não deparo com nenhuma força que se oponha a mim. Com sua grande Misericórdia, ela me ama, me orienta e me preenche com nova força vital. A sua admirável sabedoria está presente em todos os seres e em todas as coisas. Por isso, tudo e todos neste mundo estão em perfeita harmonia. Agradeço à Deusa da Misericórdia.

Masaharu Taniguchi - Sutra em 30 Cápitulos para Leitura Diária, Oração do dia 3.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Kanzeon Bosatsu - A Deusa da Misericórdia

Hoje gostaria de falar um pouco sobre de Kanzeon Bosatsu, uma das principais divindades do budismo, também conhecida por Kannon. Em chinês é chamada de Kuan Yin. Da mesma forma que Nossa Senhora representa o espírito que guia a Igreja Católica Apostólica Roma, para os fiéis do budismo esse espírito é representado por Kuan Yin.

De acordo com uma lenda chinesa maravilhosa, no momento em que estava pronta para entrar no Nirvana (Céu), Kuan Yin ouviu um clamor cheio de angustia que vinha da Terra, e, comovida de piedade, parou quando os seus pés tocavam o glorioso limiar. Daí o seu nome "Kuan Yin" (uma pessoa que se conscientiza ou, ouve o clamor, ou prece, do mundo).

Kanzeon Bosatsu é chamada abreviadamente de Kannon, mas ela não é um ser humano. É um ser búdico que, captando o “som da mente das pessoas”, ou seja, a vibração mental, faz manifestar aquilo que as pessoas desejam. E os homens recebem de Kannon também a vida. Por isso, está escrito o seguinte na Sutra Kannon: “Se uma mulher reverenciar e cultuar Kanzeon Bosatsu e desejar ter um filho varão, gerará um menino bem-aventurado e inteligente. Se desejar uma menina, certamente gerará uma menina bela de rosto e corpo, que será benquista por todos, por ter acumulado virtudes nas vidas anteriores”.

Na Sutra de Kannon está assim escrito: "Honrado do mundo, possuidor de todos os sinais sutis, novamente permita-me perguntar sobre os relacionamentos desta criança, Buda: Por que razão é chamado de Kanzeon? E Buda respondeu: 'Ouçam! Kannon pratica o bem em todos os locais e direções. Fez um voto vasto e profundo como os oceanos, inconcebível na sua eternidade. Foi ao servir infinitos Budas que despertou para esse juramento de grande pureza, deixe-me brevemente explicá-lo: Quem ouve seu nome, vê sua presença e o mantém permanentemente no coração e na mente poderá terminar com as tristezas da vida."

Quando estiver diante de um perigo, chame por Kannon.
Na Sutra do Lótus consta: “Se a pessoa estiver diante de um perigo, pronuncie o nome de Kanzeon Bosatsu, que o perigo desaparecerá e será salva”. É inegável que uma pessoa que tenha fé em Kannon estará sempre protegida.

No próximo post, transcreverei a Oração do dia 3, da Sutra em 30 Capítulos para Leitura Diária Mentalização para captar a admirável sabedoria de Kannon, a Deusa da Misericórdia.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Oração para Perdoar

Eu o (a) perdoei e você me perdoou
Eu e você somos um só perante Deus.

Eu o (a) amo e você me ama também;
Eu e você somos um só perante Deus.

Eu lhe agradeço e você me agradece.
Obrigado, Obrigado, Obrigado...

Não existe mais nenhum ressentimento entre nós.
Oro sinceramente pela sua felicidade.
Seja cada vez mais feliz...

Deus o (a) perdoa,
portanto eu também o (a) perdôo.

Já perdoei a todas as pessoas
e acolho a todas elas com o Amor de Deus.
Da mesma forma, Deus me perdoa os erros
e me acolhe com Seu imenso amor.

O Amor, a Paz e a Harmonia de Deus
envolvem a mim e o outro.
Eu o amo e ele me ama.
Eu o compreendo e ele me compreende.
Entre nós não há mal-entendimento algum.
Quem ama não odeia, não vê defeito, não guarda rancor.

Amar é compreender o outro e não exigir o impossível.
Deus o (a) perdoa.
Portanto, também o (a) perdôo.

Através da divindade da Seicho-No-Ie,
perdôo e envio-lhe ondas de Amor.
Eu amo você.

Masaharu Taniguchi

segunda-feira, 1 de março de 2010

Uma Instituição chamada: F A M Í L I A

Gosto muito das reflexões. Aprendi com o tempo, dentro da Seicho-No-Ie, que através delas podemos conhecer melhor o mundo, as pessoas e principalmente a nós mesmos.

Acredito que o mundo vive hoje um momento de importante transformação, vivemos um período de transição no conceito de família. Percebemos tanto empiricamente, como estatisticamente que há na sociedade em geral a busca de uma qualidade de vida melhor que no passado.

Assim, os pais de hoje se esforçam para dar aos filhos aquilo que consideram que lhes faltaram quando eles eram crianças. Mas, geralmente isso se restringe basicamente aos bens materiais e seu conforto e acabam pagando um preço alto por não conseguirem alinhar a isso a qualidade da presença física e espiritual na vida dos filhos por estarem por demais ocupados na “luta pela sobrevivência”.

Os filhos por sua vez crescem sem uma referência sólida, sem conhecerem os limites éticos e o resultado disso são os casos cada vez mais freqüentes de jovens que ferem sua própria vida e de outros em atos de violência, de consumo de drogas, de bebidas, de gosto por aventuras do tipo a “vida por um fio”, do sexo por puro instinto etc.

Se quisermos uma sociedade mais justa, de jovens realmente felizes precisamos nos unir, religiosos, educadores, políticos, a sociedade de forma geral para reconstruirmos e restituirmos a mais importante das instituições, a instituição chamada F A M Í L I A.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nossos Pais... Nossa Vida

Nos últimos 25 anos venho tendo oportunidades maravilhosas não apenas para reflexionar sobre minha vida e a relação com meus pais, como também o prazer de poder transformar completamente meu destino para melhor.

Aprendi pelas minhas próprias experiências e também de inúmeras pessoas que pude conhecer e conviver, que a felicidade, alegria, êxito, concretização dos sonhos (ideais) etc. está estritamente ligado ao tipo de sentimento que nutrimos e guardamos a respeito de nossos pais (pai e mãe). Nada mais natural, pois nossa vida está profundamente ligada à vida deles.
Quanto maior o amor, maior a gratidão. Aprendi também que por mais que pareça, não há um só filho que não ame seus pais e que não há pais que não ame os filhos. Até mesmo nos atos mais desvairados de jovens e adolescentes podemos enxergar que por trás de toda esta revolta encontra-se subtendido que buscam reconhecer este amor sentindo-se amados por seus pais.
Por sua vez, os pais nem sempre conseguem demonstrar suficientemente, nem tão pouco esgotar todo o amor que trazem dentro de si aos filhos. E as causas podem ser tantas, como complexas. Mas de uma coisa não tenho dúvida: eles nos amam profundamente. Porém, como muitos não aprenderam a demonstrar em palavras, gestos e afeto este amor, os filhos crescem sofrendo por acreditar que não são amados.
Graças a Deus, que aprendemos na Seicho-No-Ie, que este mundo descrito acima não é o mundo verdadeiro criado por Deus, sendo ele um mundo transitório, o mundo fenomênico. Este mundo fenomênico é regido pelas leis mentais, as quais podemos destacar: “O mundo exterior é projeção do nosso mundo interior”, “Manifesta-se aquilo que reconhecemos na mente”, “Os semelhantes se atraem” etc.
Compreendendo este princípio de funcionamento do mundo fenomênico podemos ver manifestada a verdadeira imagem de nossos pais. Temos o livre-arbítrio para construirmos o mundo que desejarmos para nós mesmos usando o poder da palavra e do pensamento.