segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O jovem e a Religião – parte 2

   Durante a campanha de divulgação da 55ª Convenção Nacional da Associação dos Jovens da SEICHO-NO-IE DO BRASIL, entre os meses de maio e início de julho deste ano, tive a oportunidade de orientar vários Seminários Regionais da Família, com o tema: “Pais que amam os filhos, filhos que amam os pais”, cuja carga horária ultrapassou as sete horas – Esta foi uma iniciativa da AJSI DO BRASIL, aceita por todas as 50 Regionais que receberam a proposta de sediá-lo e graças ao apoio de todas as demais organizações foi um verdadeiro sucesso, alcançando mais de 4.500 pessoas das mais variadas faixas-etárias – Neles vivenciei várias experiências enriquecedoras para minha vida, enquanto religioso e pai de família, e gostaria de dividi-las com os Amigos e Amigas leitores.
   Na primeira palestra abordamos o tema “Pais que amam os filhos” e na última “Filhos que amam os pais”, intercaladas de uma palestra sobre o “Perdão que constrói. Amor que une” e a prática da Meditação Shinsokan de Reconciliação. Um Seminário forte, marcado pela emoção, reflexão, reconciliação e principalmente pela mudança para melhor do ambiente familiar, conforme relatos obtidos posteriormente.
   Então vamos combinar o seguinte, neste mês vou falar um pouco sobre o primeiro tema, ou seja, Pais que amam os filhos e nos meses seguintes sobre os demais temas. Não há nada mais sagrado que a relação existente entre pais e filhos. Lendo o livro Para Realizar o Amor e a Oração, de autoria do prof. Seicho Taniguchi aprendemos que Quando Deus, que não possui forma concreta, surge materialmente em nosso ambiente, é representado por nossos pais; portanto, estes simbolizam Deus no relacionamento existente entre Deus-Pai e o homem.
   Os pais realmente amam muito os seus filhos e por isso se preocupam realmente com o bem estar e a segurança deles. Porém, a maioria se sente perdida quando do exercício de seu principal papel que é a criação e a educação através do amor. O amor verdadeiro deve assumir diferentes feições conforme a situação, dentro da adequação: Pessoa, tempo e lugar.
   Sinto que hoje um dos grandes dilemas dos pais está entre o impor limites e parecer repressor, ultrapassado, careta etc. (era assim que a maioria de nós via nossos pais), ou dar liberdade para fazerem o que julgam ser o melhor e parecer displicente, indiferente. Em outras palavras, devemos ser pais ou amigos? Digo isso, pois uma das principais características em sermos pais está em definir o que pode e que não pode ser feito, ou em outras palavras, os pais são aqueles que quando necessário agem firmes e dizem NÃO, mesmo que isso venha chatear os filhos.
   No entanto, entre um caminho e o outro existe o caminho do meio (normalmente o caminho do meio é sempre a melhor opção). Quero dizer que podemos ser pais e ao mesmo tempo amigos, mas quando tivermos que optar por um dos dois caminhos, para o próprio bem deles não hesitemos, sejamos PAIS.
   Os filhos instintivamente sempre buscam em seus pais um parâmetro para o que podem e o que não podem fazer, ou seja, mesmo que fiquem chateados, ou até mesmo bravos com seus pais, no fundo eles sentem-se felizes quando lhes são colocados limites. Claro que isso deve ser feito sempre tendo em mente que por serem filhos de Deus já é intrínseco as qualidades maravilhosas do Pai maior.
   Assim, nosso papel enquanto pais, não é outra coisa senão, sermos os orientadores, os instrutores que vão fazendo exteriorizar as qualidades do filho de Deus que lhes são inerentes. Tal qual o instrutor da auto escola que faz a pessoa exteriorizar a capacidade de conduzir um automóvel, um caminhão que pesa mais centenas, milhares de vezes o seu próprio peso, cabe aos pais fazerem seus filhos exteriorizarem suas capacidades de conduzir suas próprias vidas na direção correta, de princípios espirituais corretos, de caráter nobre e ético, respeito a individualidade do próximo e espírito de solidariedade.
   Acredito realmente que se o pais agirem com este tipo de sentimento não precisam ficar preocupados em dizer Não aos seus filhos quando sentirem que devem dizer Não, mesmo que pai e mãe trabalhem fora e por conta disso acabam tendo pouco tempo para ficar com eles, pois mais importante do a quantidade de horas que ficamos ao lado deles, é a qualidade e o significado que damos a este momento em que passamos juntos de nossa família é que irá fazer a diferença em suas vidas.
   Por isso, acredito que é muito importante os pais introduzirem, desde cedo – quanto antes melhor – seus filhos no princípio da religiosidade, ainda mais importante que a própria religião, pois pessoas que possuem espírito de religiosidade sabem respeitar todas as religiões, ainda que diferente da sua própria.
   Gostaria de continuar explanando mais sobre este tema, no entanto, o espaço físico desta coluna mais que já foi ultrapassado, então deixo no final deste artigo algumas sugestões de leitura e estudo. Por fim compartilho com todos esta mensagem de reflexão para toda a família Seicho-No-Ie, que recebi por e-mail de um amigo através de uma apresentação em Power Point.

O pedido de uma criança a seus pais

Não tenham medo de serem firmes comigo.
Prefiro assim.
Isto faz com que eu me sinta mais seguro.

Não deixem que eu adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado.

Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que peço.
Só estou experimentando vocês.

Não me apresentem um Deus carrancudo e vingativo.
Isso me afastaria dEle.

Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis.
Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro em vocês.

Não digam que não conseguem me controlar.
Eu me julgarei mais forte que vocês.

Não vivam me apontando os defeitos das pessoas que me cercam.
Isso irá criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espírito de intolerância.

Não tenham vergonha de dizer que me amam.
Eu necessito desse carinho e amor para poder transmiti-lo à vocês e aos outros.

Não desistam jamais de me ensinarem o bem, mesmo quando eu parecer não estar aprendendo.
Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão em mim, o fruto daquilo que plantaram.

Muito obrigado!

domingo, 1 de agosto de 2010

O jovem e a Religião - 1ª Parte

Queridos Amigos,

Reverências, Muito Obrigado!

   Devido a correria gostosa de preparação e divulgação da 55ª Convenção Nacional da AJSI DO BRASIL, realizada com pleno sucesso no último dia 25 de julho, no Ginásio do Ibirapuera, com mais de 8.500 participantes, não consegui postar novas reflexões.
   Mas, estou de volta! Gostaria de compartilhar com todos os últimos artigos que escrevi para a Revista Mundo Ideal... Ficarei ainda mais feliz se receber os seus comentários...

Abraço,

Carlos Alberto da Silva